segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aquilo que não controlo



Era para ser apenas uma apresentação de música, mas aquilo se repetiria por muitas outras vezes, de ínicio uma vez a cada trimestre. Porém eu sabia que aquilo não iria me matar, eu sabia que não ia morrer ali. Não me lembro bem da primeira vez que aconteceu, mas daquela vez em diante nunca mais cessou. Durou pouco, em vista de que pode durar bem mais. Poderia ser pior, ao menos eu sabia que continuaria viva.
Era apenas tocar flauta, mas se não fosse ela... se fosse cantar até, seria diferente.
Estava de frente para turma, e a flauta na mão, esperava que a professora desse o sinal, para iniciarmos o teste.
Podíamos tocar, na verdade só o resto do grupo tocava. No começo até tentei mas não consegui, não deu!
Meu coração batia aceleradamente, parecia mais uma revolução do lado esquerdo de meu peito.
Minhas mãos tremiam muito e estavam geladas demais. Como se eu já estivesse morta.
Quase deixei a flauta cair.
A vergonha tomava conta.
Eu só queria sair dali.
Mas não podia.
No fim até minhas pernas tremiam.
Ia acabar assim que saísse dali. Mas aconteceria de novo. E de novo. E de novo.
Depois descobri que era uma doença.

Era para ser apenas uma apresentação de música, mas aquilo se repetiria por muitas outras vezes. Porém eu sabia que aquilo não iria me matar, eu sabia que não ia morrer ali.
Mas ainda ainda sim, poderia me enlouquecer, me dar úlcera ou pior.

Um comentário:

  1. muito bom o texto... sinto a mesma coisa em minha aula de musica (risos)

    se puder deem uma olhada no meu blog
    http://polaroidperdido.blogspot.com/

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